Como Arsène Wenger revolucionou o Arsenal Football Club (1996-2018)
As nomeações gerenciais podem fazer ou destruir a sorte de um clube, e a Premier League não é exceção. Em nossa nova série de artigos sobre mudanças gerenciais na EPL, já cobrimos o Aston Villa substituindo Steven Gerrard por Unai Emery , bem como a primeira gestão de José Mourinho no Chelsea .
O artigo de hoje analisará como o Arsenal apostou em Arsène Wenger em 1996 e como isso funcionou para os Gunners, detalhando suas inovações táticas, aptidão de gerenciamento de homens e o sucesso de suas estratégias de transferência.
Inovações Táticas
Quando Arsène Wenger chegou ao Arsenal em Setembro de 1996 (vindo do Nagoya Grampus Eight do Japão), trouxe consigo novas ideias tácticas que eram relativamente desconhecidas na Premier League inglesa.
Ele implementou um sistema fluido 4-4-2, que mais tarde evoluiu para um 4-2-3-1 mais dinâmico, enfatizando velocidade, fluidez e passes curtos e precisos. Esta abordagem contrastava fortemente com o estilo direto e fisicamente imponente que prevalecia na Inglaterra da época.
Uma das inovações táticas mais significativas de Wenger foi a introdução de uma linha defensiva alta e o uso de armadilhas de impedimento, que exigiam coordenação e disciplina precisas dos defensores.
Este sistema não apenas sufocou os adversários, mas também facilitou uma transição mais rápida para o ataque, uma marca registrada do Arsenal de Wenger que contribuiu para a temporada dos ‘Invencíveis’ em 2003-04.
10 gols INCRÍVEIS do Arsenal na temporada dos ‘Invencíveis’ | PL30
O foco do francês em manter a posse de bola e controlar o ritmo de jogo através do domínio do meio-campo também diferencia suas equipes. Jogadores como Patrick Vieira e Cesc Fabregas foram fundamentais nesta estratégia, mostrando a capacidade de Wenger de combinar força física com delicadeza técnica no meio-campo.
Habilidades de gestão humana
Arsène Wenger era conhecido pela sua capacidade de desenvolver jovens talentos e gerir diversas personalidades, criando uma unidade coesa que poderia ter um desempenho ao mais alto nível.
Sua abordagem de gestão humana era caracterizada pela confiança e capacitação. Wenger acreditava profundamente nas habilidades de seus jogadores, o que gerou um forte sentimento de confiança dentro do time.
A perspicácia psicológica de Wenger ficou evidente na forma como ele revitalizou as carreiras de vários jogadores. Thierry Henry, que passou de um ala em dificuldades na Juventus a um dos melhores atacantes do mundo sob a orientação do técnico do Arsenal, é um excelente exemplo. A abordagem estimulante de Wenger também permitiu que jovens talentos como Robin van Persie e Jack Wilshere florescessem.
Além disso, a capacidade de Wenger de gerenciar craques e integrá-los ao espírito da equipe sem perturbar a harmonia do time foi crucial. Sua maneira de lidar com personalidades como Dennis Bergkamp e mais tarde Mesut Ozil demonstrou sua habilidade em combinar talentos individuais com as necessidades do time, criando ambientes onde os jogadores pudessem prosperar dentro e fora do campo.
Perspicácia do mercado de transferências
O impacto de Wenger no Arsenal também foi significativamente moldado pela sua astúcia no mercado de transferências.
Durante os primeiros anos, ele aproveitou seu amplo conhecimento do cenário do futebol francês para recrutar jogadores desconhecidos que se tornariam talentos de classe mundial. Contratações notáveis incluíram Thierry Henry, Patrick Vieira e Robert Pires, todos fundamentais para o sucesso do Arsenal.
À medida que o cenário financeiro do futebol evoluiu com a chegada dos lucrativos acordos televisivos da Premier League e o influxo de proprietários bilionários, a estratégia de transferência de Wenger também se adaptou.
Apesar de operar com um orçamento mais frugal em relação aos seus rivais, Wenger conseguiu manter o Arsenal competitivo concentrando-se no desenvolvimento de jovens jogadores e fazendo apostas calculadas no mercado de transferências.
O compromisso de Wenger com a sustentabilidade financeira influenciou as suas decisões de transferência, particularmente evidentes durante a construção do Emirates Stadium.
Sua capacidade de garantir consistentemente o futebol da Liga dos Campeões com times que muitas vezes custam significativamente menos do que os de seus concorrentes ressaltou sua habilidade gerencial.
Desafios e críticas
Apesar de seu sucesso, a gestão de Wenger não foi isenta de críticas. Os últimos anos da sua carreira no Arsenal foram marcados por uma aparente incapacidade de adaptação táctica e uma incapacidade de fortalecer o plantel em áreas-chave, o que muitos acreditavam ter levado a um declínio no desempenho nacional e europeu.
Os críticos argumentaram que a lealdade de Wenger a certos jogadores e sua teimosia tática foram prejudiciais, especialmente porque os clubes rivais se fortaleceram significativamente.
Além disso, Wenger enfrentou críticas pelas fragilidades e inconsistências defensivas de suas equipes, especialmente em jogos de alta pressão e temporadas após a campanha invencível. A falta de troféus importantes na última parte de sua gestão também gerou crescente inquietação entre os torcedores, culminando em pedidos de sua renúncia.
Legado
Apesar destes desafios, a influência de Arsène Wenger no Arsenal e no futebol inglês permanece indelével. Ele não apenas transformou o Arsenal em uma potência no futebol inglês e europeu, mas também inspirou mudanças na nutrição, nas metodologias de treinamento e no desenvolvimento dos jovens em toda a liga.
A filosofia de Wenger de jogar um futebol atraente e ofensivo deixou um legado duradouro e estabeleceu uma referência para as gerações futuras.
Concluindo, a passagem de 22 anos de Arsène Wenger no Arsenal redefiniu o clube e teve um impacto profundo no futebol inglês. Suas táticas inovadoras, gestão humana excepcional e transações estratégicas de transferência ajudaram a construir equipes que pudessem competir nos mais altos níveis, encapsulando a essência da transformação no esporte.
O legado de Wenger no Arsenal é uma prova da sua visão e da sua influência duradoura no jogo.